GLÚTEN: o vilão dos celíacos.

O paciente com doença celíaca apresenta uma reação exagerada do sistema imunológico ao glúten, uma proteína que está presente na maioria dos alimentos, como por exemplo o trigo, o centeio, a cevada e o malte.

Geralmente a doença celíaca se manifesta na infância precoce, em sua forma clássica, meses após a introdução do glúten na dieta, contudo, por ser autoimune pode surgir em pessoas predispostas geneticamente.

Portadores dessa doença precisam seguir uma dieta rigorosa, caso contrário, sofrem muito com o desconforto que a proteína gera no organismo, como diarreia, anemia, perda de peso, osteoporose, câncer e até déficit de crescimento em crianças.

Diagnóstico
O diagnóstico sorológico da doença celíaca baseia-se na detecção de autoanticorpos, sendo mais comumente empregados os testes antigliadina, antiendomísio e antitransglutaminase tecidual. Diversos estudos mostram sensibilidade e especificidades superiores nos testes que realizam a detecção de IgA específica para esses antígenos, resultando em melhor correlação clínica quando comparados à detecção de IgG e IgM. Esses trabalhos mostram também que a pesquisa de IgA específica antitransglutaminase tecidual vem se tornando o teste de escolha para o diagnóstico e seguimento clínico da doença celíaca.

Os testes sorológicos têm se mostrado úteis também no seguimento da doença, especialmente para avaliar a resposta dos pacientes frente à dieta isenta de glúten. O esperado nessa situação é que os testes sorológicos venham a se tornar negativos. A doença celíaca tem associação com deficiência seletiva de IgA (em torno de 2% dos pacientes).

Portanto, para evitar a ocorrência de resultados falso-negativos, recomenda-se avaliar também os níveis séricos de IgA total quando se realiza a pesquisa de IgA antigliadina, antiendomísio e antitransglutaminase tecidual nesses pacientes.

A doença celíaca também tem forte associação com a presença de HLA DQ2 e/ou DQ8 e por este motivo a detecção destes genes por técnica de biologia molecular (CELIA) é um importante recurso para a avaliação da probabilidade de ocorrência da referida patologia no paciente.

Portadores de diabetes tipo I e/ou síndrome de Down, possuem maior predisposição genética para o desenvolvimento da doença celíaca.

2019-04-24T11:43:36-03:00